segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Jornalismo Gastronômico em Roraima


por Jéssica Laurie
O estado de Roraima está localizado no extremo norte do Brasil, tem por limites a Venezuela ao norte e nordeste, Guiana ao leste, Pará ao sudoeste e Amazonas ao sul e oeste. Sua população é de 425.398, distribuída em uma área aproximada de 224,3 mil km².

Apesar de ser o estado com o menor número de habitantes do país e ter sua economia conhecida como “a economia do contracheque”²,  o estado está associado a outros fatores que não só o diferencia do resto do país mas o torna único.  Fatores como a sua rica e diversa fauna e flora, sua constante migração e imigração de pessoas de/para todas as outras localidades do país e a sua proximidade com os povos indígenas atraem não só a atenção dos próprios morados, como se tornam roteiro para turistas e estudiosos. 

Uma maneira de explorar todo esse potencial e chamar a atenção para o Estado é através do Jornalismo. Neste caso, o Jornalismo que sai do factual e busca abrir as portas para o mundo utilizando o próprio mundo: o Jornalismo Cultural. Porém, porque não ser mais especifico e ir a fundo a um dos fatores mais marcantes do Estado e ainda assim tão desvalorizado?  A sua Gastronomia
No país em vez de freqüentar apenas as seções de receitas das publicações femininas como antigamente, a gastronomia agora figura como assunto recorrente em publicações de todos os tipos, voltadas para públicos variados. Esta cobertura é extensa e já existem revistas especializadas no assunto em algumas regiões do país, como sudeste, com grande circulação o que distingue da região norte onde esta cobertura deficiente.  
      A região norte é conhecida por sua fauna e flora em abundancia. Desse patrimônio natural surge uma gastronomia variada, rica e exótica. Para a comunidade local, a comida é fator comum, porém, para turistas ou pessoas que estão de passagem pela região, o cardápio local no mínimo é fonte de satisfação à uma curiosidade de novos paladares. Nesse cenário, desde o ribeirinho a dona de casa são fontes para o jornalismo gastronômico. Fontes que trazem consigo a cultura regional e local traduzida em odores e sabores da cozinha regional. Porque os jornais impressos locais pouco divulgam a culinária local sendo essa um reflexo da identidade cultural roraimense?
   O que nota-se é que os jornais locais vendem apenas o arroz com feijão esquecem que as comidas típicas podem sofrer variações. A influência cultural é responsável por mudanças na gastronomia local de acordo com a cultura que chega ou com o gosto predominante de uma determinada época como, por exemplo, o mungunzá no norte e o quentão no sul. Não é difícil vermos um roraimense saboreando um mate ao lado de um gaucho. Para se ter ideia o patrão ou o administrador do CTG em Roraima é cearense. 

Entre o lanche da esquina e o Bob’s encontramos churrasquinhos na frente de casas onde famílias tiram um trocado por fora. E por falar em Bob’s, agora o Giraffas e, em breve, o McDonald's disputam o espaço geográfico para satisfazer o gosto do consumidor. Estaríamos presenciando o começo do fim, sim. O fim da cultura gastronômica regional. Onde estão as banquinhas de tacacá, ou os vendedores de rala-rala ou as mulheres que fritavam o quibe de arroz na hora?

Ou melhor, onde está o jornalismo gastronômico? Qual sua função? Preservar a cultura? Mostrar a evolução do paladar regional. Durante nossa pesquisa para construirmos esse texto descobrimos que no caso do jornalismo gastronômico... Não existe receita pronta!
O Roraimense, seja da terra ou naturalizado, gosta da mistura, do bom e velho baião de dois. Então, quanto mais os veículos exploram esse assunto, mais cultura é produzida, aprimorando o gosto dos cidadãos fazendo-os buscar por mais. Deste modo, traz-se um retorno maior para os veículos de comunicação que vendem este tipo de cultura. Fortifica os laços deste ciclo que só traz benefícios para todos os envolvidos.


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