segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O mercado gráfico boa-vistense

por Camila Costa

Antes de dar início, acho que precisamos ir à pergunta-chave para a melhor compreensão deste texto: O que é uma gráfica? Quais suas funções?
Uma empresa gráfica é uma entidade prestadora de serviços que utiliza do sistema de impressão, como por exemplo, off-set, rotogravura, flexografia e outros. Ou também materiais personalizados, como: camisas, chaveiros, canetas, bonés e uma série de brindes diferenciados.
Todos aqueles panfletos que você recebe na rua ou aquele jornal que você lê todos os dias de manhã ou, até mesmo, a bula do remédio que você toma, tudo isso foi construído em uma empresa gráfica.

Qual a origem deste tipo de serviço?
Tudo começou em meados de 1440, quando a história mundial foi marcada por uma nova invenção. Johannes Gutenberg foi um inventor alemão nascido em Mainz, que deu início as artes gráficas com a invenção da tipografia, tintas à base de óleo e estudos relacionados ao papel.
Os livros e demais textos da época eram feitos à mão, por monges, e demoravam meses para serem concluídos, sem comentar que isso tornava o acervo caríssimo e inacessível para a maioria da população. A produção de tais livros tinham relações com a fé, já que eram escritos pelas mãos de monges, mas tal teologia da época seria abalada graças a invenção de Gutenberg.
O método usado pelo inventor foi o de criar letras esculpidas em bastões de metal, o que chamamos hoje de “tipo”, por isso o termo tipografia. Em outras palavras, Gutenberg criou os caracteres que compunha as páginas de um livro. Com a ajuda de uma moldura e uma prensa, o inventor unia os moldes das letras e organizava de modo que formassem uma linha, usando tinta depois para a reprodução no papel. Imaginem um carimbo pequeno, onde o molde seria cada letrinha esculpida em metal. Imaginaram o trabalho que custava para produzir?

Montagem dos tipos gráficos


As técnicas de impressão foram se aperfeiçoando cada vez mais com o tempo. As empresas tipográficas foram crescendo ao redor do mundo e surgindo novas ideias para textos, livros, gravuras. Pouco depois surgiu a impressão do jornal usando a mesma técnica e, com isso, a evolução da informação e meios de comunicação. Consequentemente, a população mundial se tornou mais educada culturalmente, já que o acesso a livros, textos, entre outros, se tornou muito simples.
Atualmente, vivemos com uma evolução tecnológica constante, a qual se semelha o que foi para Gutenberg a sua revolução no início da tipografia, marcada por avanços, melhorias e surpresas.
Para acompanhar a evolução da indústria gráfica dentro do Brasil, desde seu surgimento, basta clicar nesse link e ver as datas e acontecimentos disponibilizado pelo site da ABRIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica).
Feita toda essa introdução, partiremos agora para o mercado local de Boa Vista.
Este é um pré-projeto de pesquisa realizado para a obtenção de nota parcial na disciplina de Iniciação à Pesquisa Científica, do Curso      Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Roraima – UFRR, ministrada pelo professor e mestre Maurício Zouein, o qual é dono de uma paciência de Jó, diga-se de passagem.

Como se originou a gráfica dentro do estado de Roraima?
Em 1944 o governador do então Território do Rio Branco, Ene Garcêz dos Reis, fundou o Órgão Oficial, que utilizava um mimeógrafo (máquina que tem a função de fazer cópias de papel estêncil escrito em grande escala. Sua reprodução é feita com ajuda de álcool) para as devidas publicações exigidas pelo governo.
Em 24 de julho de 1944, começou a circular o primeiro documento chamado “Órgão Oficial”, que publicava os Atos e Portarias do Governo do Território. O atual governador então convidou Geraldo Guimarães Nogueira para dirigir o que viria a ser a Imprensa Oficial do Território Federal do Rio Branco. De acordo com João Menezes, pioneiro da imprensa local, tempos depois, já no governo de Clóvis Nova da Costa, foi adquirida e primeira impressora do setor, uma tipográfica.
Tempos depois, Boa Vista foi marcada por uma nova fase na história da comunicação com a chegada de uma Linotipo, sistema de matrizes que, após agrupadas, servem para fundir uma linha de chumbo, contendo os caracteres digitados no teclado. A máquina foi importada dos Estados Unidos pelo governo de Aquilino da Mota Duarte, em 1953.
Então chegamos em 2010. Partindo desta data, das evoluções tecnológicas e do meu envolvimento com o mercado gráfico, escolhi o tema do meu pré-projeto (leia no título), o qual tem como problemática a necessidade de mais profissionais devidamente habilitados e qualificados para exercer a profissão de impressor gráfico dentro de Boa vista.
Usando a análise da Teoria de Recepção e o método de Entrevista em Profundidade, comecei meus estudos dentro da Gráfica Visual, Brindes e Impressos, que tem como proprietário Edson Roberto da Costa.


Convivi dentro da empresa, observando o envolvimento dos colaboradores, os serviços prestados pelos mesmos, as táticas de montagem de materiais, a relação com a clientela e as dificuldades encontradas.
O impressor Benjamin Azocar trabalha com serviços gráficos há 17 anos, deu início aos seus aprendizados na cidade de San Felipe – Venezuela, e hoje trabalha como freelancer em gráficas de Boa Vista. Na empresa de Edson Costa, o impressor trabalha operando a máquina Off-set, além de treinar um novo colaborador, Alex Damasceno, e fazendo as devidas manutenções no maquinário.

Área de trabalho dos colaboradores da gráfica Visual, Brindes e Impressos


Quando se trata da concorrência local em relação aos técnicos de Offsets, Benjamin confessou não se sentir intimidado. “Há uma falta de pessoas que saibam lidar com a máquina. Muitos funcionários acabam aprendendo apenas a operar uma impressão, mas no momento que o equipamento apresenta algum erro ou problema, não sabem como se posicionar. Aqui no estado não há empresas que façam esse tipo de trabalho. As pessoas que fazem vêm de fora ou aprendem fora, assim com no meu caso”, disse.
Depois da afirmação de Benjamin de que não existem empresas dentro do estado que façam manutenção em máquinas como a Offset, fui buscar declarações de outras empresas gráficas. Conversei com Carolina Cruz, uma das proprietárias do Jornal Folha de Boa Vista que, por sua vez, tem uma gráfica em suas dependências que trabalha preferencialmente para o próprio veículo de comunicação, a Editora Boa Vista. Em entrevista, a proprietária disse que para fazer a manutenção específica dos equipamentos, já foram trazidos de fora profissionais devidamente treinados, capacitados e especializados. Carolina confessou que o jornal já ficou sem circular por motivo da máquina estar com defeito e não ter ninguém dentro de Boa vista que soubesse consertar imediatamente. São acionados os técnicos de outros estados. Atualmente, os técnicos já treinados trabalham dentro da gráfica, tanto na operação quanto na manutenção.
Benjamin, em continuidade à entrevista, revelou que se disponibilizassem algum curso dentro do estado o faria sem dificuldades. “Uma chance dessas em Roraima é única, não é todo dia que se tem. Aposto que muitos, se não quase todos, os trabalhadores de gráficas o fariam também. E se me convidassem, quem sabe, pra dar aulas baseado nos meus conhecimentos, também aceitaria a proposta. Acho que Roraima precisa desenvolver mais o mercado gráfico, mas para isso precisa-se começar desde o princípio, mesmo que hajam dificuldades”, finalizou.
O dono da empresa Visual, Brindes e Impressos, abre espaço em sua gráfica para o treinamento de novos profissionais, visto que é de total interesse a melhoria na qualidade dos seus serviços e maior disponibilidade de colaboradores na área. Uma vez que o mercado boa-vistense tenha maior número de colaboradores, fica menor a concorrência e melhora os custos de empregados. Edson relata, em entrevista, as dificuldades acerca da falta de profissionais e de profissionalismo: “Não existe um sindicato que organize algum tipo de parceria com contribuições de interesse de categorias profissionais para oferecer cursos que profissionalizem gráficos dentro do estado. Isso seria de grande ajuda, como por exemplo, geração de novos empregos, capacitação de funcionários gráficos, além de que o mercado cresceria consideravelmente”, disse.
Os gráficos locais, em sua maioria, são treinados dentro das próprias gráficas. Vão aprimorando suas técnicas a cada dia, mas isso ainda não é suficiente. Necessita-se de uma chance de melhoria, assim como pontuou Edson.
Boa Vista vem desenvolvendo com o passar do tempo, mas em uma velocidade mínima, principalmente quando se trata de serviços gráficos. Há concorrência, há espaço de trabalho, há material e clientela, mas ainda não há um apoio aos colaboradores que queiram se tornar capacitados para exercer suas profissões.
Existem Serviços que poderiam se disponibilizar, em parceria com empresas e com o governo do estado, a oferecer tais cursos à população boa-vistense. Desenvolver Roraima é uma das prioridades do governo, mas isso deve abranger todas as áreas, incluindo o mercado gráfico.

Histórico da briga por aumento de voos comerciais em Roraima

por Rhayana Araújo

Em Roraima, havia um histórico de dificuldades para viajar por meio de voos comerciais para outros lugares do país, seja pela falta de voos, já que eram apenas dois voos diários, seja pelos poucos assentos disponíveis ou pelos altos preços praticados pelas empresas Gol Linhas Aéreas e Tam Linhas Aéreas.
Levando em consideração essa dificuldade dos moradores de Roraima se deslocar para outros lugares, em 2008, o Ministério Público Federal de Roraima (MPF/RR) ingressou judicialmente com um pedido de liminar, contra as empresas TAM Linhas Áreas e Gol Linhas Aéreas e contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para que cada empresa aérea disponibilize dois voos diários, totalizando quatro voos comerciais diários.
Porém, em dezembro de 2009, o Juiz Federal Atanair Nasser Ribeiro Lopes indeferiu o pedido de concessão de liminar do MPF/RR. Ainda assim o MPF/RR recorreu da decisão e aguarda ainda o resultado.
Ao entrar na justiça, o MPF/RR alegou os transtornos que a população roraimense estava passando, seja pelo fato da indisponibilidade de passagens em determinadas datas, seja pelos altos custos dos bilhetes aéreos, em que os valores de pequenos trechos domésticos chegam a ser superiores a passagens internacionais.
O MPF/RR também ressaltou o isolamento geográfico de Roraima e o fato da grande parte da população economicamente ativa ser originária de outros estados, o que levaria a um tráfego maior nos períodos de férias escolares e comemorações de fim de ano.
Mas em dezembro de 2009, o Juiz Federal Atanair Nasser Ribeiro Lopes indeferiu o pedido de concessão de liminar do MPF/RR.
Ao indeferir o pedido de concessão de liminar do MPF/RR, o juiz federal Atanair Nasser Ribeiro Lopes argumentou que o isolamento geográfico de Roraima decorre da falta de conservação da estrada de rodagem que liga Boa Vista a Manaus, dos incontáveis incidentes que atravancam a economia do Estado, a liberdade de ir e vir, além da falta de incentivos fiscais, trabalhistas e econômicos que prestigiassem o crescimento econômico local e reduzisse as desigualdades regionais.
O juiz também ressaltou que o mercado aéreo para o Estado de Roraima é livre a qualquer concorrente que aqui pretenda se estabelecer. Ele acrescentou ainda não ser admissível que a Agência Nacional de Aviação Civil interfira na livre iniciativa das empresas aéreas com o simplista argumento de que o encerramento de uma linha traria dificuldades à população local.
Com isso, o MPF/RR recorreu da decisão do Juiz Federal Atanair Lopes, para que aumentasse 100% o número de voos em Roraima.
“Uma vez se estabelecendo aqui, ou em qualquer outro mercado aéreo, o agente econômico não pode simplesmente ignorar os princípios norteadores da ordem econômica, sendo por demais equivocado o entendimento de que em um mercado livre tudo é possível, sem qualquer atuação do Estado”, frisa os representantes do MPF/RR, após recorrer da decisão de indeferimento do TRF.
Outro ponto que, no entendimento do MPF/RR, não se sustenta é a afirmação do juiz Atanair Nasser de que o isolamento geográfico de Roraima é tão simplesmente por conta da má conservação de estrada ou mesmo da localização do rio Amazonas.  Para o MPF/RR, no estágio tecnológico atual, desconsiderar o transporte aéreo como forma de integração desse Estado, em um país continental como o Brasil, é estar alheio à realidade.
O MPF/RR citou que a distância entre Boa Vista-RR e Manaus-AM é de aproximadamente 800 km. A partir de Manaus o transporte através de balsa até Belém-PA dura de cinco a sete dias. Diante disso, o MPF/RR sempre reforçou que a única forma efetiva e eficiente de integrar o estado de Roraima com o restante do país é através do transporte aéreo.
O MPF/RR ressaltou ainda, que as empresas aéreas estavam se aproveitando do período de alta estação para cobrar tarifas exorbitantes, chegando a triplicar o valor do bilhete aéreo, o que é incrementado com a existência de apenas um voo diário de cada uma delas.
Finalmente, em setembro de 2010, a empresa aérea TAM começou a operar com um voo a mais com saída de Roraima, o voo sai às 4h30. A empresa aérea GOL também incluirá, a partir de dezembro, um novo voo, sendo este às 4h40 da madrugada. Com isso, Roraima já tem a quantidade de vôos que o Ministério Público Federal tanto exigia desde 2008. Porém, essas inclusões de vôos não se deram por conta do processo judicial, mas por livre e espontânea vontade das companhias aéreas que, ao que tudo indica, é para suprir as necessidades durante o período de férias, podendo voltar a dois voos diários após o período.

O Jornalismo Gastronômico em Roraima


por Jéssica Laurie
O estado de Roraima está localizado no extremo norte do Brasil, tem por limites a Venezuela ao norte e nordeste, Guiana ao leste, Pará ao sudoeste e Amazonas ao sul e oeste. Sua população é de 425.398, distribuída em uma área aproximada de 224,3 mil km².

Apesar de ser o estado com o menor número de habitantes do país e ter sua economia conhecida como “a economia do contracheque”²,  o estado está associado a outros fatores que não só o diferencia do resto do país mas o torna único.  Fatores como a sua rica e diversa fauna e flora, sua constante migração e imigração de pessoas de/para todas as outras localidades do país e a sua proximidade com os povos indígenas atraem não só a atenção dos próprios morados, como se tornam roteiro para turistas e estudiosos. 

Uma maneira de explorar todo esse potencial e chamar a atenção para o Estado é através do Jornalismo. Neste caso, o Jornalismo que sai do factual e busca abrir as portas para o mundo utilizando o próprio mundo: o Jornalismo Cultural. Porém, porque não ser mais especifico e ir a fundo a um dos fatores mais marcantes do Estado e ainda assim tão desvalorizado?  A sua Gastronomia
No país em vez de freqüentar apenas as seções de receitas das publicações femininas como antigamente, a gastronomia agora figura como assunto recorrente em publicações de todos os tipos, voltadas para públicos variados. Esta cobertura é extensa e já existem revistas especializadas no assunto em algumas regiões do país, como sudeste, com grande circulação o que distingue da região norte onde esta cobertura deficiente.  
      A região norte é conhecida por sua fauna e flora em abundancia. Desse patrimônio natural surge uma gastronomia variada, rica e exótica. Para a comunidade local, a comida é fator comum, porém, para turistas ou pessoas que estão de passagem pela região, o cardápio local no mínimo é fonte de satisfação à uma curiosidade de novos paladares. Nesse cenário, desde o ribeirinho a dona de casa são fontes para o jornalismo gastronômico. Fontes que trazem consigo a cultura regional e local traduzida em odores e sabores da cozinha regional. Porque os jornais impressos locais pouco divulgam a culinária local sendo essa um reflexo da identidade cultural roraimense?
   O que nota-se é que os jornais locais vendem apenas o arroz com feijão esquecem que as comidas típicas podem sofrer variações. A influência cultural é responsável por mudanças na gastronomia local de acordo com a cultura que chega ou com o gosto predominante de uma determinada época como, por exemplo, o mungunzá no norte e o quentão no sul. Não é difícil vermos um roraimense saboreando um mate ao lado de um gaucho. Para se ter ideia o patrão ou o administrador do CTG em Roraima é cearense. 

Entre o lanche da esquina e o Bob’s encontramos churrasquinhos na frente de casas onde famílias tiram um trocado por fora. E por falar em Bob’s, agora o Giraffas e, em breve, o McDonald's disputam o espaço geográfico para satisfazer o gosto do consumidor. Estaríamos presenciando o começo do fim, sim. O fim da cultura gastronômica regional. Onde estão as banquinhas de tacacá, ou os vendedores de rala-rala ou as mulheres que fritavam o quibe de arroz na hora?

Ou melhor, onde está o jornalismo gastronômico? Qual sua função? Preservar a cultura? Mostrar a evolução do paladar regional. Durante nossa pesquisa para construirmos esse texto descobrimos que no caso do jornalismo gastronômico... Não existe receita pronta!
O Roraimense, seja da terra ou naturalizado, gosta da mistura, do bom e velho baião de dois. Então, quanto mais os veículos exploram esse assunto, mais cultura é produzida, aprimorando o gosto dos cidadãos fazendo-os buscar por mais. Deste modo, traz-se um retorno maior para os veículos de comunicação que vendem este tipo de cultura. Fortifica os laços deste ciclo que só traz benefícios para todos os envolvidos.


domingo, 5 de dezembro de 2010

A Educação na era Digital

por Jonatas Ramos

Nunca a mídia abordou tanto um assunto. Quando se pensava que os anos 90 eram a década da inexistência de novidades, a internet tomou um vulto internacional, popular e comercial. Dessa forma, mesmo não tendo computador, nem conhecendo exatamente o que é, nem como usar, a maioria das pessoas já ouviu falar em internet.


Um lugar onde a princípio não existe controle, nem hierarquia sobre usos, podendo as pessoas das mais diferentes classes sociais expressar as mais diferentes opiniões sem serem coibidos por isso.
Parte-se também da explícita transposição de limites geográficos e das possíveis implicações culturais que ainda estão por vir e se perceber. Graças à velocidade na circulação de informações e à facilidade do seu acesso, podemos começar a falar e a considerar sem maiores questionamentos à formação de uma cultura global, onde a troca de conhecimento a ser produzida será entre cidadãos a partir de seus interesses específicos.
Tudo isso sem falar na expansão e na inevitável circulação de informações e de pessoas que invariavelmente terão que passar pela Grande Rede. De origens comerciais, governamentais, organizacionais, educativas, científicas..., apontam para um futuro onde a internet se constituirá numa unanimidade para quem deseja trocar e divulgar conhecimentos e conclusões de pesquisas. Dessa forma, a internet assume um perfil totalitário, no sentido de não dar margem para o aparecimento e o desenvolvimento de outras opções de sociabilidade.
Com esse espírito, chegamos à internet e nos interligamos mundialmente, mas nossos corações e mentes continuam os mesmos, nossas ideologias também. Assim, podemos dizer que a inovação tecnológica com a massificação da internet não nos levou a uma mudança de paradigma, mas sim permitiu um novo suporte para que as mesmas pessoas pudessem continuar se relacionando.
Atualmente estamos partindo para uma fase em que o deslumbramento inicial com a Grande Rede já foi superado. Passamos para a busca de soluções visando a socialização de informações e do acesso, bem como o oferecimento de serviços e de informações a partir dos recursos já disponibilizados. Isso nos permite criar novas aplicações a partir das peculiaridades desse novo veículo.
Não é exatamente isso que podemos observar! Por sermos os mesmos, abalados com as novas possibilidades, mas nem por isso transformados estruturalmente, estamos vivendo uma segunda onda na internet, onde passamos a construir nossos espaços comuns dentro da Rede, acompanhados dos nossos valores mais conservadores, embora tenhamos um infinito de possibilidades a serem descobertas.
A internet se constrói como um espaço de sociabilidade através da educação, que parte principalmente da solidariedade dos seus integrantes. Recém-chegados são convidados a ler as famosas questões feitas com freqüência por pessoas iniciadas num determinado assunto, previamente respondidas por quem está mais envolvido no tema em questão. Além disso, qualquer dúvida adicional é geralmente respondida se colocada no espaço adequado.
Apresentam-se aí dois valores importantes que virão a ser valorizados dentro de pouco tempo e trazem mudanças importantes: a imediaticidade na troca de informações, onde pessoas que nunca se conheceram trocam e ampliam seus conhecimentos, contribuindo para aperfeiçoar o acesso aos recursos da Rede. Outro fator introduzido dentro desse modelo é que o sentido clássico do professor como proprietário do saber se torna desnecessário, mas extremamente útil na acepção da palavra, na medida em que se professa saber, socializando-o aos demais interessados.
Essa nova relação coloca em xeque a instituição escolar nos moldes em que ela se encontra agora, já que o universo de informações disponíveis na internet é muito maior do que as que se tem acesso a partir dos professores na sala de aula. Por outro lado, o uso da internet na educação não pode se restringir apenas a levar o modelo atual para dentro da rede, mas sim entender seu potencial a partir de seu sentido metafórico, implicando numa mudança de comportamento.


A educação através da internet terá que ser responsável por esta ruptura paradigmática a partir da mudança de tecnologia. A aposta da internet na educação foi de que a tecnologia introduz um paradigma e interfere na produção de conhecimento. O conservadorismo na educação ainda não permitiu isso! Uma prova disso é o crescente cuidado com o acesso às informações por parte das crianças, chegando até a criação de programas coibitivos ou mesmo a censura através de amparo legal.
Colocam-se desafios para a educação no futuro a respeito dos currículos e paradigmas que irão se construir a partir dessa nova realidade. Amplia-se radicalmente, através da internet, o conhecimento sobre os peixes, por exemplo, que passarão a ter os futuros alunos a partir da consulta às listas de discussão específicas, home-pages, etc. chegando à conclusão de um trabalho melhor e mais amplo.
A internet não pode ser apenas apresentada como uma grande fonte de dados sobre os mais diversos assuntos, sem que se perceba que se transformou também o modo de produzir conhecimento. É a partir desta clareza que se devem estabelecer os paradigmas e conteúdos da educação do futuro.
Enquanto não se parte para descobrir os verdadeiros potenciais da Grande Rede e que benefícios podem trazer para a educação, poderemos ser condenados a transpor toda uma pedagogia retrógrada para a internet. Não devemos ter medo da perda da autoridade do professor como porta-voz do saber, pois outra será sua importância e sua legitimidade se dará a partir daí.

A capacidade de aprendizado e de assimilação poderá ser bastante elevada e estimulada, a partir de exemplos concretos, mas virtuais; a internet será o palco de intercâmbio entre escolas (alunos e professores) de todo o mundo.

Violência doméstica

            por Wesley Oliveira



Aluno da Universidade Federal de Roraima do curso de jornalismo realizou no dia 23 de Novembro, um estudo sobre violência doméstica no Francisco Caetano filho considerado um dos bairros mais violento da cidade, com o intuito de encontrar novos meio de erradicar a violência doméstica contribuindo com a justiça.

De acordo com mapa da violência de 2010, em alguns anos atrás o índice de violência doméstica contra mulheres no Brasil, teve no período de 1997 a 2007, os números 41.532 mulheres que morreram vítimas de homicídios no Brasil. E em termos nacionais o Brasil é o décimo segundo em homicídios femininos.
Baseado em dados da Central de Atendimento a Mulher 180, depois da criação da Lei Maria da Penha a partir de 2006, o número de atendimentos mensais quase que dobrou, ou seja, teve um aumento de 96% da procura pelos serviços.
No Estado de Roraima a Secretária de segurança Pública divulga os dados baseada nos anos de 2007, 2008, 2009 e até junho de 2010, crimes de relacionado a vitimas do sexo Feminino. Se analisados percebe-se que mesmo após a criação da Lei Maria da Penha entre 2007 a 2009, tiveram o aumento de alguns casos, quando comparado um ano com o outro, porém até junho de 2010 os números não chegam a 50% em relação aos anos anteriores.

Fonte: Secretaria de Estado da Segurança Pública/Setor de Estatística e Análise Criminal
O CHAME (Centro Humanitário de Apoio a Mulher) em Boa Vista-RR é totalmente especializado em casos de Violência Doméstica. É também um dos parceiros junto com a Delegacia da Mulher que combatem os agressores das vítimas. De acordo com dados obtidos na Secretaria de Segurança Pública do Estado, o Caetano Filho tem um dos menores índices de denuncia e boletins de ocorrência se comparados com outros bairros, mesmo sendo conhecido como um dos bairros mais violentos da cidade, a porcentagem não chega a 10%.
Outro motivo é que no próprio bairro existem várias mulheres que são vitimas de agressão, porém não denuncia seu parceiro, por dependerem financeiramente ou por medo e ameaças do próprio parceiro.
No registro de ocorrências dos bairros no ano de 2007, 2008 e no 1º semestre de 2009, pode-se observar que houve uma diminuição no registro de ocorrência nos bairros com o Caetano filho não foi diferente. Nos meios de comunicação em massa locais do Estado, os veículos divulgaram alguns casos de violência contra a mulher de forma que possivelmente contribuiria com a justiça em busca de soluções. Um caso bem recente de crime contra a mulher foi o de Elisa Samudio, onde não se sabem realmente quem são os verdadeiros assassinos.
De acordo com programas de fofocas da televisão respaldadas por peritos em criminalística, em alguns momentos a mídia não contribuiu com justiça. Neste caso pelo contrario, confundiu ainda mais cabeça das pessoas passando agora a ter duvidas se Bruno é o assassino de Elisa.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Etnias indígenas na tela do computador em Roraima

           por Berto Batalha


A matéria a seguir sobre o relato do curso de Introdução à Educação Digital teve início dia 9 de fevereiro do corrente ano, com término em 20/02/2009, em parceria com CEFORR (Centro Estadual de Formação dos Profissionais de Educação de Roraima) tendo como público alvo Professores das turmas A, B, G e J do magistério Indígena do projeto Tamî'kan. As aulas foram ministradas por professores multiplicadores e Técnicos de Informática do Núcleo de tecnologia Educacional de Roraima - NTE/RR, no laboratório de Informática da Escola Estadual Padre José de Anchieta na comunidade do Surumú, município de Pacaraima. Mostrando os problemas do dia a dia dos professores ministrantes com material didático (impresso) a metodologia utilizada, transportes, acesso, os conflitos com os não índios (arrozeiros), as diferenças culturais e a forma de como foram solucionados os problemas para atingir o objetivo.
Desde a época dos descobrimentos os homens fundavam países, pregavam religiões e abriam novos caminhos a humanidade. Estes “sonhos” antigos e modernos desvendam os profundos anseios da humanidade em superar as barreiras raciais, culturais e econômicas que ainda divide o homem. Hoje como no passado, um dos dramas mais sofridos por milhões de pessoas é o de pertencer a uma “minoria” e ser excluídos dos demais, por viver em favelas, às “margens” das cidades, ser chamado de “pobre”, “peão”, “caboclo”, “índio”, etc.
Segundo o Professor Bertoldo, as etnias indígenas de Roraima são os mais sofridos contra a sua vontade, quanto a sua condição interior, de ter perdido a sua “identidade”, de não achar um equilíbrio entre o “ego” do passado que não morreu por completo e o “ego” do futuro que ainda não nasceu. Para sobreviver, terão que fazer contínuos ajustes entre sua cultura na qual tem Raízes, e a cultura não indígena na qual escolheu viver ou onde, por causas alheias a sua vontade, está condicionado a viver.
Chegando a missão fundada pelos padres beneditinos
Foto cedida pelo professor Bertoldo

Em parceria com o projeto Tami'kan com objetivo de capacitar os professores indígenas a utilizar o computador como mais uma ferramenta pedagógica, na Vila do Surumu ou Comunidade do Barro.
“Ao chegarmos à comunidade fomos recebidos pela coordenadora do projeto Professora Edite, que logo nos falou sobre o conflito dos índios com os não índios (arrozeiros da região) e a possibilidades de ocorrer um bloqueio na estrada de acesso, o que nos deixou apreensivos. Diante deste contexto, assustados por não termos como voltar, sem local para estabelecermos, sem água potável, fomos então convidados a tomar banho no rio Surumu, o qual nos arriscamos somente a conhecer. Nossa hospedagem era em uma casa pré-montada que em tempos passados serviu de hospital para missões itinerantes, onde tentamos dormir, mas conseguimos passar a noite na companhia dos mosquitos, embalados pelas redes montadas embaixo dos pés de côco. No outro dia, nosso destino era o local onde íamos nos estabelecer (uma casa de apoio situada em uma escola municipal de ensino fundamental de 1ª a 4ª série, tomamos banho e logo depois nosso destino era conhecer o laboratório de informática situado na Escola Estadual Padre José de Anchieta, ao lado de nossa hospedagem, que foi fundada no ano de 1943, pelos padres beneditinos, localizada na Vila Pereira-Surumu, Município de Pacaraima.”
A respeito do primeiro contato e a comunicação entre professores e alunos, Bertoldo diz que foi onde encontraram o primeiro obstáculo. “Planejamos as nossas aulas para o dia seguinte, foi primeiro contato no laboratório de informática. Na hora da apresentação começamos a sentir a nossa primeira dificuldade, a comunicação. Trocando em miúdos, eram sete etnias indígenas diferentes, todas juntas na mesma sala de informática e poucos falavam o português para que pudessem nos entender, então tivemos que nos adaptar, utilizando os mesmos como interlocutores, o que foi um sucesso (no final do curso aprendemos a pronunciar e falar algumas palavras).”
Com um breve histórico sobre o computador e a noção básica de hardware, solftware e ligar/desligar o computador, suas interfaces gráficas, etc, foram iniciados os trabalhos. “Utilizamos jogos educacionais (Linux Educacional 2.0) na tentativa de adaptação motora com o uso do mouse e a suas aplicabilidades no cotidiano escolar como professor.”
Bertoldo conta que durante as aulas dentro do planejado, verificou-se que alguns conteúdos (atividades) não despertaram o interesse dos alunos, logo, necessitava-se de uma situação que os motivasse, pois surgiram dúvidas no decorrer das aulas, portanto, a necessidade de adquirir novos conhecimentos que respondessem e solucionasse este problema. A partir deste contexto, surgiu uma nova idéia dentre os professores. “Despertamos para a pedagogia das diferenças e durante a realização das atividades seguintes, deixamos que falassem sobre as suas idéias, contando suas experiências, construindo seus próprios modelos de explicação do seu cotidiano e suas histórias, estabelecendo relações com os aplicativos de edição de texto, planilha eletrônica, Internet e outros, fazendo comparações. Aos poucos foram adquirindo uma atitude investigatória, produtora de textos e investigação”.
Na tentativa de solucionar os problemas que surgiam durante as atividades, os professores criaram condições para que a aprendizagem ocorresse como um processo dinâmico, envolvendo a reflexão explicada por Dewey; a construção do conhecimento explicada por Piaget; um ambiente em que o aluno é sujeito da aprendizagem, conforme Paulo Freire, e em que o professor atua como mediador, segundo o conceito da ZPD defendida por Vigotsky.
No laboratório, o primeiro contato dos alunos
A avaliação aconteceu de forma continua através de atividades práticas, ou seja, feita no computador e elaborada de acordo com o conteúdo ministrado, dentro desta busca de informações e de construir uma aprendizagem significativa e na interação alunos/professores, aluno/aluno em um processo de amenizar e solucionar as dificuldades do colega durante as atividades. Foi aí então, segundo Bertoldo que eles tinham alcançado o objetivo esperado. “Tivemos dificuldades, pois o acesso a Internet estava restrito a apenas seis computadores, os alunos queriam fazer sua própria navegação, no intuito de amenizar esse processo, tomamos medida de dividi-los em grupo (imagine cada turma com cerca de 40 alunos e uma sala de informática com apenas dez computadores). Após o término das aulas (duas semanas, 40 h/a) fomos contemplados com uma dança indígena chamada de dança do Parixara - que gravamos em vídeo - e uma confraternização de agradecimento dos alunos para os professores”, completou.
Sobre esta experiência, Bertoldo conclui:
“Uma grande lição que tivemos desta experiência é que o projeto de inclusão digital Tami'kan assim como a Ciência não deve ser apresentado como uma verdade acabada, absoluta, dogmatizada, e sim como uma área de pesquisa que sofre influências econômicas, sociais e históricas, promovendo possibilidades de mudanças, reflexões e o prisma sempre focado na área pedagógica e metodológica das diferenças culturais”.

As conseqüências do abuso sexual nos adultos abusados durante sua infância

            por Amanda Teixeira


Segundo o Aurélio, p. 85 e 738. “Abuso sexual é violação, mau uso, o uso errado, excessivo, ou injusto do sexo”. 

Abuso sexual é toda situação em que uma criança é utilizada para gratificação sexual das pessoas, ou para oferecer prazer e satisfação sexual em um adulto. O abuso pode ser uma relação heterossexual ou homossexual cujo agressor está em estagio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança, usufruindo do poder, entre abusador e abusado, assim o abusador usa a violência física e ameaças para impor as práticas eróticas.  
O abuso sexual inclui o incesto, a violação, o estupro, atentado violento ao pudor, o assédio, o contato corporal, invasão de privacidade, negligência, a estimulação verbal e visual impróprias, pornografia, as caricias ou toques inadequados. Abusar é precisamente ultrapassar os limites, ou seja, um ato de transgressão.
 No primeiro trimestre de 2010, foram registrados no SEV 25 casos de violência contra crianças e adolescentes, sendo que de abril a junho esse número aumentou para 29. E nos três últimos meses de julho, agosto e setembro o números de casos subiram para 46.
Os bairros mais afetados de boa vista são os bairros da periferia, onde as famílias precisam trabalhar, e na maioria das vezes as crianças ficam sozinhas, para realizarem afazeres de casa, e ficam a mercê do abusador, sem o cuidado de alguém que a protege e dê atenção necessária para evitar a agressão.

 Nem sempre o abusado sofre com contato físico, pois, o abuso divide-se em:
             SEM CONTATO FÍSICO: quando se fala em abusos cometidos sem contato físico pode parecer que eles causam menos danos que aqueles que envolvem contatos, mas isso é um grande engano, pois, tudo que envolve violência sexual sempre causar algum tipo de dano emocional.
       Abuso sem contato físico pode ser caracterizado como abuso sexual verbal, são conversas destinadas a despertar o interesse da criança ou chocá-lo. Telefonemas obscenos, na maioria das vezes feito por adultos especialmente do sexo masculino, podendo gerar ansiedade na criança e na família. Exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar diante da criança. Voyeurismo, observar fisicamente atos ou órgãos sexuais de outras pessoas, quando elas não desejam serem vistas e em conseqüência desse ato obter satisfação.  
          COM CONTATO FÍSICO: sendo caracterizado; em atos físicos genitais, relações genitais com penetração vaginal, carícias, masturbação, sexo oral e penetração anal. Sadismo, abuso sexual incluindo flagelação, torturas e surras. Pornografia, prostituição de crianças e exploração visando fins econômicos.
  O abuso sexual acontece em todos os níveis socioeconômicos, religiosos e étnicos, em qualquer classe social, envolvendo pessoas com bons níveis de instrução ou não. As vítimas de abuso sexual são de ambos os sexos, mas as meninas são os maiores alvos.

Conseqüências do abuso sexual
Devido o fato de a criança muito nova não estar preparada psicologicamente para o estimulo sexual as conseqüências da violência sexual são inúmeras, como por exemplo, comportamento rebelde, enfermidades psicossomáticas, que são vários problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, vômitos, fobias, erupções na pele, dificuldades digestivas que tem na realidade, fundo psicológico e emocional.
 As conseqüências perduram por muito tempo depois do abuso, muitas vezes o adulto que foi abusado leva as seqüelas para o resto da vida, afetando até mesmo na hora de definir o próprio sexo, e outras vezes as conseqüências da agressão é levada para o casamento, a gestação pode ser problemática, aparecendo complicações orgânicas. O abusado corre o risco também de não desenvolver qualidade nas relações sexuais, demonstrando desprazer, aversão sexual, e muitas vezes a incapacidade de atingir o orgasmo ou demorar muito tempo para atingi-lo.
Uma das conseqüências do abuso sexual também são as doenças sexualmente transmissíveis, DSTs, incluindo AIDS e hepatite B. Coceiras na área genital, infecção urinária, odor vaginal, corrimento, secreções, penianas e cólicas intestinais, dor constante na vagina, no ânus, dificuldade em engolir devido à inflamação causada por gonorréia na garganta (amídalas), reflexo de engasgo hiperativo causado por sexo oral, inchaço, lesão e sangramento nas áreas da vagina ou ânus, a ponto de causar dificuldade de caminhar e sentar, hemorragias.
           Consequentemente estes atos levam a gravidez precoce, colocando em risco a vida da criança.

Mudanças Psicológicas
Sentimento de isolamento, medo indefinido, permanente sentimento de culpa, depressão, sentimento de estar "marcado" para o resto da vida. Tentativa de suicídio, preocupação em agradar os outros, medo de sair na rua, agitação, autoflagelação, vergonha excessiva, inclusive em mudar de roupa na frente das pessoas, baixo rendimento escolar, ansiedade generalizada, desconfiança no adulto, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga e personalidade múltipla.
A vítima de abuso sexual passa a considerar o corpo pouco atraente, obtendo assim sentimento de baixa auto-estima, quando evidencia sentimentos de menos valia por pensar ser diferente dos outros, passa a ter sexualidade vista como punitiva, com culpabilidade, sem prazer, podendo interferir de forma traumática no jogo da sedução, erotização, falta de amor próprio, perda da integridade física, culpa, oferecendo possível dificuldade de relacionamentos sexuais na idade adulta.

Mudanças no comportamento 
E certas situações nota dificuldade de expressar o sentimento de raiva, queda no rendimento escolar, atitudes autodestrutivas, agressividade contra a família, uso excessivo de álcool e de drogas, regressão da linguagem e do comportamento, aumento do grau de provocação erótica, perturbações durante o sono, pesadelos constantes e até mesmo desinteresse em brincar com outras crianças.
A criança abusada torna-se também lenta, inquieta, sempre muito irritada e pouco tolerante quando adultos a elogiam, ganha ou perde peso, visando afetar a atratividade do agressor, sendo visível mudanças súbitas e inexplicáveis no comportamento, mentiras, roubos, fuga de casa, oscilações no humor entre retraída e extrovertida, regressão a comportamentos infantis, chupar dedo, choro excessivo sem causa aparente, depressão crônica, comportamentos suicida, mal-estar pela sensação de modificação do corpo.
A criança mostra experiência em determinados assuntos inadequados para a faixa etária que se encontra, desenvolvendo brincadeiras sexuais persistentes com amigos, animais e brinquedos, demonstra confusão de idade, medo de escuro e de lugares fechados.
O abuso sexual altera as percepções da criança, as emoções, a imagem que ela vê de si mesma, a visão da própria capacidade afetiva e do mundo familiar. Estes fatores produzem estresse, angústia, perda de energia, fugas e transtorno de identidade sexual.

           Cuidados corporais e higiênicos
A vítima que sofreu o abuso sexual desenvolve resistência em participar de atividades físicas, aparência descuidada, sem ânimo para produzir-se para uma ocasião importante, incapaz de perceber qualidade em si mesma, toma banho varias vezes ao dia, devido ao fato de sentir-se suja pela agressão sofrida, e nota-se algumas vezes mudança nos hábitos alimentares, falta de apetite (anorexia), ou excesso de alimentação (obesidade). Sentir a boca, quando usada no ato sexual, sempre suja, e sucessivamente todo o corpo.

Pontos de ajuda no combate ao abuso sexual
Os familiares dos abusados podem recorrer nas seguintes instituições: Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Adolescência, Ministério Público, CEDICA – Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes, DECA – Delegacia da criança e do Adolescente, COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, Abrigos, Postos de Saúde, Prefeituras, Igrejas, Fórum Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, ONG de Defesa de Criança e Adolescentes, Poder Judiciário, Delegacias de Policia, Escolas, Movimentos Sociais, Sindicatos, Conselhos de Direitos da Mulher, Câmara de Vereadores, Entidades de Mulheres e Feministas.
Todos esses órgãos e instituições são importantes para ajudar a combater a violência, o abuso, e a exploração sexual.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A nova face do trânsito de Boa Vista

           por Yasmin Guedes
           
           A capital de Roraima está crescendo. Crescendo também está a frota de veículos e de pessoas que circulam todos os dias pelas ruas e avenidas da cidade. O Departamento Estadual de trânsito busca melhorar a educação do motorista, porém os condutores desrespeitam mais e acabam provocando vítimas. Veja informações estatísticas do período de 2001 a 2009.
            Um dado estatístico revela que de 2001 a 2009 os acidentes de trânsito passaram de 1652 para 4051 casos. Nem todos os ATs deixam vítimas, apenas danos materiais ou com ferimentos leves.  Neste caso, no mesmo período de oito anos, os casos com danos triplicaram. São danos: batidas, arranhões, quebra de espelho retrovisor, etc.
            O Detran considera vitima de AT aquelas que são encontradas no local. O número de vítimas passou de 910 para 2128, e de vítima fatal passou de 83 para 138. O número de pacientes não fatais foi 2793 em 2009.

Fonte: Sistema GETRAN

         O Departamento realiza a coleta de dados a cada três meses, mas só divulga doze meses depois.

O que leva o aumento de AT?
         Há vários fatores que levam o condutor a perder o controle do veículo, arriscando a própria vida e de quem está ao redor. Podemos citar a bebida alcoólica, o uso de entorpecentes, sonolência e o estresse.
            Outra condição é a falta de iluminação em várias ruas da cidade e nas estradas de acesso, buracos e animais soltos nas pistas.

Como é o tratamento da mídia em relação a uma AT?
            Os jornais locais abordam todos os dias matérias relacionadas à violência que incomoda moradores da cidade. O principal jornal impresso destaca as fotos para mostrar a gravidade do acidente. Quem fica responsável pelas matérias é o jornalista de polícia. Em 1998 o jornal Folha de Boa Vista coloca pela primeira vez sua edição na internet, através do FolhaWeb, a população tem mais acesso a fotos e matérias. O que poderia ser feito num veiculo como esse é uma campanha em longo prazo, com histórias e trechos do Código de Trânsito Brasileiro para alertar a população da direção perigosa. O que falta são estudos mais aprofundados para elaborar mais uma tática de controle educativo.
            São nos horários de pico que acompanhamos as imprudências por motociclistas e pedestres que buscam caminhos em locais proibidos. O papel da imprensa é informar o cidadão sobre tudo que acontece ao redor, mas muitos jornalistas ganham audiência à custa dos acontecimentos dos outros. Acabam por ferir os sentimentos e os direitos humanos, exibindo imagens sem nenhuma tarja ou quadrinhos.

Tem Solução?
            A população precisa se conscientizar e procurar não beber se for dirigir. Muitos acidentes também acontecem por desatenção de condutores que falam ao celular ou estão com fones de ouvido, impedindo o acesso de qualquer alerta.